A Globo tem pressa para escolher o sucessor de Tiago Leifert no comando do Big Brother Brasil. Pressionada pelo mercado publicitário, a emissora tem corrido contra o tempo para escolher um nome ideal para apresentar o seu principal produto de entretenimento — o reality show de confinamento é responsável por uma generosa parte do faturamento da empresa no primeiro semestre e costuma figurar entre os maiores lucros do canal durante todo o ano. Durante o final de semana, os executivos da rede formalizaram o convite para que Tadeu Schmidt assuma a apresentação do formato a partir de janeiro, deixando o Fantástico no final neste ano.
O TV Pop apurou que a diretoria da líder de audiência procurou o jornalista com uma proposta envolvendo um generoso aumento salarial (atualmente, ele recebe cerca R$ 200 mil mensais, na nova função, especula-se que o valor seria dobrado) e a sua migração para o setor de Entretenimento da emissora, com a possibilidade de fazer ações de merchandising testemunhal no BBB e em suas redes sociais, em que é acompanhado por mais de um milhão de pessoas. Além disso, ele garantiria sua permanência na empresa por, no mínimo, mais quatro anos.
Schmidt, no entanto, pediu mais tempo para pensar na proposta e dar uma resposta aos executivos. Para amigos próximos, o jornalista admitiu ter medo de deixar a sua zona de conforto para se aventurar em um projeto que costuma mexer com os ânimos mais primitivos dos telespectadores. Não é raro que os apresentadores de realities acabem hostilizados por parte do público, e ele tem dúvidas se está preparado para lidar com tamanha exposição. Para o âncora do Fantástico, até mesmo os seus familiares podem sofrer com o “carinho da torcida” — duas de suas filhas tem perfis abertos e públicos em redes sociais.
Do outro lado da balança, está a insegurança de sua manutenção como âncora do programa dominical. Passa longe de ser segredo nos corredores da Globo que uma grande modificação no Show da Vida está planejada para 2022 e que ele e Poliana Abritta dificilmente devem permanecer na apresentação do programa. Nos bastidores, a corrente de que Maju Coutinho e Thiago Oliveira serão as novas caras da atração está com cada vez mais força, conforme foi antecipado pelo TV Pop em 15 de agosto. E Tadeu Schmidt tem plena consciência deste movimento.
A reportagem apurou que os executivos da emissora planejam manter a tradição do formato no Brasil, escolhendo como sucessor de Tiago Leifert um nome que já tenha trabalhado no setor de Jornalismo. Para parte da cúpula, é importante que o apresentador do Big Brother tenha credibilidade e não seja visto como uma espécie de “mico de circo”, já que eventualmente o programa pode acabar abordando temas que fogem do espectro de entretenimento. Outros diretores, porém, defendem que a pessoa não precisa ser jornalista para que seja respeitada pelo público.
Entre os funcionários do chão de fábrica, é explícita a torcida para que Marcos Mion assuma a apresentação do BBB, endossando o coro feito por boa parte do público. Contra ele, no entanto, pesa sua passagem por A Fazenda. A Globo ainda não se sente completamente confortável em entregar o comando de um dos seus principais formatos para um nome marcado justamente por ter apresentado algo idêntico em sua principal concorrente. O seu nome conta com o apoio do departamento Comercial, mas ainda é rechaçado por boa parte dos gestores do Entretenimento.