O Chega Mais será reformulado mais uma vez. No ar há menos de seis meses, a revista eletrônica do SBT passará por uma profunda reformulação nas próximas semanas: do formato atual, pouco sobrará além do nome da atração. O projeto, que ocupa quatro horas da programação da emissora de segunda a sexta-feira, será dividido em duas partes. Em uma delas, entre 9h30 e 11h, Regina Volpato e mais um nome vão comandar um programa matinal tradicional, com receitas, fofocas e culinária. Depois, das 11h às 13h30, a emissora promoverá a estreia do Chega Mais Notícias.
O nome da nova atração é auto-explicativo: as últimas horas do formato, agora transformadas em um programa independente, serão ocupadas exclusivamente pelo noticiário do dia. A tendência, até o momento da publicação deste texto, é que o comando do novo noticioso da emissora de Silvio Santos seja de Michelle Barros. O TV Pop apurou que a direção do SBT aposta que ela poderá trazer telespectadores que ainda se lembram de sua performance nos telejornais da Globo — o telejornal disputará público justamente com o SPTV, que ela comandou eventualmente até 2022.
Em seus primeiros 90 minutos, o Chega Mais continuará como é hoje: se nada mudar, Paulo Mathias estará ao lado de Regina Volpato na versão mais leve do programa, com debates, culinária, e outras amenidades, seguindo o mesmo molde do Mulheres, da TV Gazeta. Por mais que a inspiração no histórico programa vespertino do canal da Fundação Cásper Líbero tenha se firmado como um fracasso, há o entendimento de que esse tipo de pauta é necessária para a manutenção dos atuais anunciantes do formato, muitos deles oriundos justamente dos tempos de Regina na atração.
A estreia do Chega Mais Notícias também coincidirá com uma nova ampliação do espaço destinado para a programação produzida pelas afiliadas do SBT. Inconformadas com os resultados ruins da atração, que flerta com o traço de audiência em boa parte do país, as parceiras regionais da emissora de Silvio Santos vão ganhar mais 15 minutos para suas atrações locais, que vão voltar para às 11h em ponto. Há dois dias, o canal já havia ampliado o espaço de produção regionalizada, instituindo uma única virada local às 11h15 — antes, outra divisão era feita 15 minutos depois.
Chega Mais já acumula quatro reformulações
No ar desde o início de março, o Chega Mais acumula reformulações e problemas em seus bastidores: Carlos Aleixo, executivo com experiência em programas de auditório, foi escalado para ser o primeiro diretor da revista eletrônica e sequer teve um mês para mostrar serviço a frente da atração. Em 4 de abril, na quarta semana de exibição da revista eletrônica, o SBT decidiu promover as primeiras mudanças no formato, com a chegada de Marcelo Kestenbaum para dividir a direção. Ele, que tinha a experiência do Vem Pra Cá (2021-2022), era visto como um salvador da pátria.
Kestenbaum, no entanto, decepcionou: a audiência do matinal de Regina Volpato, Paulo Mathias e Michelle Barros não mudou, ao ponto da primeira — e até aqui única — derrota para a Band na história do matinal ter acontecido justamente na gestão do executivo. Além dos índices de ibope abaixo das expectativas, o ex-chefão do Bake Off Brasil era constantemente apontado como causa de problemas nos bastidores. O ambiente, até então tranquilo, foi transformado em um autêntico caos, com ao menos sete profissionais afastados de suas funções por esgotamento mental.
Marcelo Kestenbaum e Carlos Aleixo foram formalmente depostos da revista eletrônica no final de abril: o primeiro foi remanejado para o Teleton, enquanto o segundo acabou demitido do canal. Desde então, o Chega Mais passou a contar com a direção-geral de Ariel Jacobowitz, que acumulou o matinal com o programa de Eliana Michaelichen até o final do mês passado. Ele, no entanto, tem tido dificuldades para se adaptar ao programa, que exige um formato mais dinâmico do que o do dominical. Internamente, não será uma surpresa se a direção for modificada outra vez.
Procurado pela reportagem do TV Pop, o SBT não se manifestou até a publicação deste texto. A assessoria de imprensa da emissora foi questionada por e-mail e por um aplicativo de mensagens.
