Aguinaldo Silva comentou sobre sua saída da Globo depois de 41 anos. O autor de tramas importantes como Vale Tudo (1988), Tieta (1989), Pedra sobre Pedra (1992) e Senhora do Destino (2004) revelou que a comunicação foi direta e sem cerimônias.
“Foi um comunicado objetivo. O meu último contrato era de seis anos, como fazia normalmente, e venceria no dia 29. O que realmente me chateou e achei impróprio foi um rapaz da Globo me ligar no dia 1º, em pleno feriado, às 8h, para me avisar que ele não seria renovado”, disse em conversa com a Veja.
O novelista compartilhou seu alívio ao deixar a emissora. “Não sei exatamente de quem partiu a decisão. Na época, o comando da dramaturgia era do Silvio de Abreu e a direção-geral do Schroder (Carlos Henrique), mas eles também não estão mais lá. Fui o primeiro de uma leva. Logo depois, atores, autores e diretores, cujos contratos iam terminando, foram sendo dispensados. Confesso que fiquei até aliviado quando saí da Globo. A perspectiva de escrever mais uma novela naquele sistema já não me agradava mais”, pontuou.
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Três meses depois da rescisão do contrato, durante a pandemia, Aguinaldo Silva foi surpreendido pela reprise de Fina Estampa (2011). “Três meses depois do episódio do fim do meu contrato, em meio à pandemia, recebi a notícia de que Fina Estampa seria reprisada no horário das nove, algo inédito na TV. Como conto nas minhas memórias, ‘saí pelos corredores da minha casa a dançar mambo'”, disse.
O escritor frisou que a reprise foi benéfica para seu ego e mencionou uma cláusula contratual que lhe garantiu um bom retorno financeiro. “Fez muito bem para o ego depois da emissora não me querer mais. E ainda tinha um detalhe: havia uma cláusula no meu contrato anterior que, caso um trabalho meu fosse reprisado no horário nobre, algo até então impensável, eu receberia o equivalente ao meu último salário por cada mês no ar”, pontuou.