Autor de tramas da TV Globo como Bebê a Bordo (1988), Quatro por Quatro (1994), Uga Uga (2000) e Kubanacan (2003), Carlos Lombardi abriu o jogo sobre a atual crise da teledramaturgia brasileira. O profissional afirmou que os escritores têm feito novelas com medo de ofender o público, por isso o formato vem se desgastando com o tempo. O novelista também criticou os remakes de grandes sucessos e atribuiu o sucesso de algumas obras ao elenco.
Para a coluna de Ricky Hiraoka, do portal Splah, o profissional avaliou qual tem sido o maior problemas das novelas de atualmente. “A teledramaturgia está em crise mundial porque está se escrevendo para não ofender e não para envolver, não para entreter. Eu tenho a impressão que vai ser necessário as pessoas arriscarem. O público sente falta do risco e da surpresa”, disparou.
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“Se você só se preocupa em não ofender é como um cozinheiro que está preocupado que ninguém ache o gosto da comida muito forte. Provavelmente, ele vai fazer pavê de nhonha. Vai ficar uma coisa sem graça, mata a fome, mas não encanta. Para voltar a encantar, as pessoas vão ter que ter menos medo de ofender”, continuou o ex-autor da Globo.
Carlos Lombardi também opinou sobre as releituras de clássicos da teledramaturgia, em referência à onda de remakes da TV Globo atualmente. “Quando você tem uma novela que deu certo, que teve boas interpretações, eu não gosto de pensar em remakes. Parte do sucesso, quem construiu foi o elenco”, avaliou.
Projeto recente na Globo
Recentemente convidado para dar aula em uma oficina de autores para a faixa das 19h nos Estúdios Globo, o autor contou que não está aposentado. “Eu desenvolvi projetos que apresentei, bateram na trave e voltaram. Posso fazer o melhor possível, mas não sou eu que aprovo. Não estou aposentado, estou temporariamente desempregado”, declarou.