Primeiro sucesso da teledramaturgia da TV Manchete, a novela Dona Beija (1986) ganhará uma versão atualizada pela produtora Floresta, responsável por produções televisivas como Quem Quer Ser um Milionário?, Se Sobreviver, Case! e Lady Night. Em comunicado divulgado nesta terça-feira (21), a empresa anunciou que adquiriu os direitos da história de uma das personalidades mais marcantes do Brasil no século XIX. À frente do desenvolvimento da nova versão de Dona Beija estão o autor português e vencedor do Emmy, António Barreira, e a roteirista Renata Jhin, que nessa adaptação assina a autoria da sua primeira novela. Renata é filha da também autora Elizabeth Jhin, que trabalhou na Globo entre 1991 e 2021.
Na nova versão, o clássico ganhará a agilidade das narrativas modernas. “A luxúria e luxuosidade ganharão mais cor e personalidade, seguindo altos padrões de produção. A história ganha uma tinta a mais nas discussões que escandalizaram a sociedade no século XIX e ainda são tão pertinentes para o século XXI, como empoderamento, questões raciais e classistas”, anunciou a produtora. A produção está sendo negociada com plataformas de streaming. Uma das empresas interessadas é a Netflix, que pretende inaugurar seu catálogo de novelas com a nova versão do folhetim de Wilson Aguiar Filho. As gravações estão previstas para começar somente em 2022.
Exibida pela TV Manchete com 89 capítulos entre 31 de março e 11 de julho de 1986, Dona Beija foi baseada nas obras de Dona Beija, a feiticeira do Araxá, de Thomas Othon Leonardos e A vida em flor de Dona Bêja, de Agripa Vasconcelos. Maitê Proença, que interpretou a personagem protagonista, estampou a capa da revista Playboy em fevereiro de 1987. Reprisada pelo SBT em 2009, Dona Beija conta a história de Ana Jacinta de São José, a Dona Beja, na cidade mineira de Araxá, no século XVIII. Ela escandalizou a sociedade da época por causa de seu comportamento ousado.