Demitida pela Globo em 2019, Izabella Camargo chegou a ter um lapso de memória ao vivo na GloboNews. O que parecia uma falha simples era, na verdade, um sintoma de burnout. A jornalista sofreu sintomas físicos, como visão escura, boca seca, estômago embrulhado e tremores nas pernas.
Depois do expediente na Globo, a comunicadora foi ao pronto-socorro e recebeu o diagnóstico de síndrome de burnout. “Naquele momento, eu descubro uma das coisas mais cruéis e mais importantes que eu repito todos os dias: dor que não sangra dói em dobro, dor invisível dói em dobro”, declarou em conversa com o UOL.
A jornalista foi afastada para cuidar da saúde e demitida no dia em que retornou ao trabalho. “Quando eu chego na Globo para meu primeiro dia de trabalho, meu feedback foi: ‘Sua voz é muito ruim, Izabella'”, lembra a jornalista. “Naquele momento questiono minha chefe e ela esbravejou, e para onde eu fui? Para o banheiro chorar e vomitar no primeiro dia de trabalho”, disse.
Izabella Camargo sinalizou que a demissão a levou a uma nova missão: educar sobre saúde mental. A jornalista criou um projeto de EPIs para saúde mental, buscando transformar ambientes de trabalho em locais mais acolhedores. “O que faz um profissional que ama o que faz, muito comprometido, ter a síndrome de burnout é o assédio. O problema do burnout não é o trabalho, é o assédio. O assédio institucional, o assédio organizacional daquele ‘que se você não quiser fazer, tem uma fila querendo seu lugar’, tudo isso somado a um corpo esgotado vai levar a um dano existencial. Você vive uma situação que rompe seu projeto de vida. Isso não é cansaço, nem esgotamento”, contou.