Mariana Becker, residente em Mônaco há 15 anos, é uma figura conhecida na cobertura da Fórmula 1. A jornalista, que começou sua trajetória no Rally dos Sertões, reconhece que estar em um ambiente majoritariamente masculino trouxe inúmeros desafios. “O meio automobilístico é de cultura masculina. Percebi que um erro meu não tinha o mesmo peso que o mesmo erro de um colega homem”, declarou.
Fluente em cinco idiomas — espanhol, inglês, francês, italiano e português —, a jornalista já entrevistou os principais pilotos da categoria na Fórmula 1. A comunicadora explicou que o tom das entrevistas varia conforme o desempenho dos pilotos nas corridas. “Se ele fez uma grande burrada, o cara não vai te dar uma boa entrevista. Ele pode ser seu parceiro, mas está bravo, frustrado… Embora sejam jovens, eles são escolados e já dão entrevistas há tempos. Estão acostumados em competições vorazes há anos. Ninguém é ingênuo”, pontuou.
Mariana Becker admite que, embora muitos considerem um emprego dos sonhos, há pressões e cobranças na Fórmula 1. “Tento estar aparentemente agradável, mas não acho que tenha que ficar me disfarçando o tempo todo de boneca perfeita. Todos nós temos nossas imperfeições“, pontuou. A jornalista frisa a importância de transmitir a informação, mesmo que não esteja com a aparência ideal. “Não vou atrasar uma notícia factual porque ainda não deu tempo de passar pó no rosto, blush ou batom”, disse.
A contratada da Band relembra os desafios do início de sua carreira na Globo, onde enfrentou dificuldades, como perder a voz em sua primeira reportagem. “Agarrei a reportagem, mas me ‘paniquei’, perdi a voz. Na primeira reportagem, eu estava rouca”, relembrou. A repórter mencionou perrengues enfrentados, como um acidente de surfe que a obrigou a trabalhar de pescoceira durante o GP do Japão. “O (Lewis) Hamilton veio perguntar: ‘O que aconteceu?’. Eu já me machuquei bastante ao praticar esportes — seja surfando, seja esquiando. Já virei motivo de piada”, declarou.
Desde que começou a cobrir a Fórmula 1, Mariana não cogitou mudar de área, destacando a complexidade e os bastidores do esporte. “A Fórmula 1 é um microcosmo. O esporte é complexo, os bastidores são incríveis — com muita novela e interesses”, pontuou.
