Irene Ravache expressou sua desaprovação em relação à inclusão de influenciadores digitais em novelas. A artista comparou essa prática à ideia absurda de alguém, sem formação médica, atender pacientes em um hospital. A atriz estreou na televisão em Paixão de Outono (1965).
“Você não chega no [hospital] Albert Einstein dizendo: ‘Tenho o maior jeito para fazer cirurgia’ e atende a um paciente. Mas é o que acontece com a minha profissão. Todo mundo acha que pode chegar e fazer. Não é assim. Tanto que não funciona. O problema é de quem concorda e coloca essas pessoas nessa posição”, afirmou a atriz.
A veterana está afastada das novelas desde sua atuação no remake de Éramos Seis, que foi ao ar em 2020. Irene Ravache revelou que não tem mais o hábito de acompanhar novelas, pois seu interesse migrou para outras atividades. “Não tenho acompanhado as novelas. Nada contra, mas estou fazendo outras coisas. As séries me agradam mais”, comentou em conversa com O Globo.
Irene Ravache revelou se existiu preconceito no começo da carreira. “Um dos meus primeiros trabalhos foi ‘Eles não usam black-tie’, peça de (Gianfrancesco) Guarnieri, com direção do Oduvaldo Vianna Filho”, relembra. “Era um grupo da União Nacional dos Estudantes, e nos apresentávamos em sindicatos, em cima de caminhões. Ali, a minha mãe ficou preocupada porque achava ser ‘coisa de comunista’ e sentia medo. Mas não havia preconceito por eu ser atriz”, disse.
A atriz esteve no elenco de Sol de Verão (1982), novela disponibilizada pelo Globoplay no começo do ano. Irene Ravache relembrou os bastidores da vida dela durante a produção. “Eu tinha 38 anos quando gravei a novela. Me desquitei em 1968. Só haveria o divórcio em 1977. Enfrentei algumas coisas como não conseguir alugar um apartamento por ser desquitada e atriz. Nem a profissão era legalizada. Tínhamos um papel azul [que nos identificava como artistas e que era], o mesmo das prostitutas”, contou.