Mais uma baixa para os quadros da Globo: os executivos da emissora bateram o martelo e vão dispensar os serviços da diretora Denise Saraceni após o término de seu atual contrato com a rede, no final de setembro. Será o fim de um vínculo que durou mais de quatro décadas. Responsável por diversos projetos da dramaturgia da emissora, como as clássicas Fera Radical e Anjo Mau, além das atuais Belíssima e Cheias de Charme, ela dedicou mais da metade de sua vida para a líder de audiência. Ela, que completará 68 anos em março de 2022, foi funcionária da rede durante mais de 43 anos consecutivos — entrou para o quadro de colaboradores do canal em 1978.
De acordo com a jornalista Patrícia Kogut, em sua coluna publicada em O Globo, a dispensa de Denise Saraceni foi tomada em comum acordo entre ela e a emissora. Ela seguirá com as portas abertas na empresa, para um possível retorno nos novos moldes adotados pela companhia, que tem priorizado vínculos mais curtos, válidos só durante a realização de determinadas obras. O seu último projeto do atual contrato será a divulgação do filme Pixinguinha – Um Homem Carinhoso, cinebiografia de um dos maiores compositores da história da Música Popular Brasileira.
Denise foi a primeira mulher a atuar como diretora de Núcleo dos projetos de dramaturgia da líder de audiência: ela estreou na função há exatos 20 anos e foi a responsável pelo comando de Estrela-Guia, novela das seis assinada por Ana Maria Moretzsohn, e seu último projeto neste cargo foi a fracassada Geração Brasil, exibida na faixa das 19h há sete anos, durante uma das maiores crises de audiência da história da Globo. A sua despedida das novelas foi com A Lei do Amor, transmitida entre 2016 e 2017 no horário mais nobre da emissora, na faixa das 21h20.
Em toda a sua trajetória na empresa, Denise foi responsável por dirigir mais de 30 produtos dramatúrgicos. O seu último projeto na Globo seria a série O Selvagem da Ópera, que teve sua produção suspensa após o encerramento repentino da faixa de “super séries” das 23h. A trama, reformulada, foi remanejada para a fila das novelas das seis, mas não deverá sair do papel tão cedo — Maria Adelaide Amaral já reescreveu alguns dos capítulos do folhetim.