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BIG BROTHER BRASIL

Ex-operadores de câmera relatam humilhações nos bastidores da Globo

Imagem da área externa da casa do Big Brother Brasil na temporada 2019
Em processo, funcionários terceirizados que trabalharam no Big Brother Brasil relatam que eram submetidos a tratamentos humilhantes nos bastidores da Globo (foto: Globo/Victor Pollak)

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No processo que movem contra a Globo, seis ex-operadores de câmera do Big Brother Brasil afirmaram que eram submetidos a tratamentos humilhantes nos bastidores do reality show. Os prestadores de serviço entraram na Justiça em ação conjunta contra a líder de audiência e a Let Serviços Temporários Eireli, empresa terceirizada contratada pelo canal. Eles alegam que as condições de trabalho no local onde fica a casa do programa são precárias.

De acordo com o site NaTelinha, que obteve os documentos, os ex-colaboradores afirmaram que o diretor do programa J.B. de Oliveira, o Boninho, gritava e ofendia os envolvidos na produção. Em um dos relatos mais agraves, os reclamantes afirmam que Boninho teria segurado um dos funcionários pelo casaco depois que ele pediu ajuda aos colegas para soltar a roda da câmera que ficou presa no cabo, o que impedia a movimentação do equipamento pelo Câmera Cross (corredor onde ficam localizadas todas as câmeras ocultas da casa).

“Além de costumeiramente dispensar tratamento grosseiro aos autores, com gritos e ofensas pessoais aos mesmos, tal diretor de TV chegou a agarrar o autor Washington pelo casaco, pelo simples fato do mesmo ter pedido ajuda a um colega de trabalho para soltar a roda de sua câmera que ficou presa no cabo, o que o impedia de continuar circulando no trilho no qual as câmeras se movimentam dentro do Câmera Cross. Mesma situação foi vivida pelo autor Carlos, que também foi agarrado pelo casaco pelo referido diretor, que o sacudia e o ofendia aos berros”, diz trecho da ação divulgada pela publicação.

Em outra parte do documento, o ex-funcionários terceirizados da Globo diz que eles viviam em extrema pressão e tinham medo. “O resultado foi que os empregados laboravam em constante desconforto e tensão, face a todo o exposto, o que degradava por completo o ambiente de trabalho dos reclamantes”. “Para tanto, tinham que laborar por nove horas seguidas de pé em um estreito corredor, totalmente escuro, pintado de preto, sem qualquer condição de higiene. Tal corredor, chamado de Câmera Cross, não era higienizado, acumulando uma enorme quantidade de sujeira, conforme vídeo gravado dentro de tal local, a ser exibido na audiência de instrução”, diz outra parte do documento.

Eles alegam no processo que o ambiente em que precisavam trabalhar nos Estúdios Globo não era limpo. “Além da falta de higiene supramencionada, acrescenta-se o risco ao qual os autores eram submetidos diariamente, degradando ainda mais o ambiente de trabalho. Isto porque, constantemente os autores se deparavam com ratos, morcegos, ouriços, gambás, aranhas, marimbondos e até cobras no seu local de trabalho. O autor Washington chegou a ser picado por uma aranha.”

Os ex-operadores de câmera relatam que viveram a situação mais dramática no período da pandemia. “No programa de 2020, gravado durante a pandemia do coronavírus, diversas máscaras eram abandonadas no chão do Câmera Cross, que sequer possuía lixeira, o que também aparece nas imagens filmadas dentro do tal corredor escuro que serão exibidas em audiência.”

A emissora se defendeu no processo e negou todas as acusações. Segundo os advogados da emissora, “Boninho é querido e respeitado por todos os empregados e prestadores de serviços”. “Importante destacar que o Sr. Boninho é diretor da Reclamada há mais de 30 anos, estando a frente da direção de diversos programas de variedades, dentre eles o BBB, sendo querido e respeitado por todos os empregados e prestadores de serviços da Reclamada, sendo certo que, ao longo de todo esse período, jamais houve qualquer reclamação de que ele tivesse desrespeitado algum colega de trabalho ou prestador de serviços, muito menos da forma narrada na inicial”, se defendeu.

A Globo também garantiu que não há qualquer possibilidade de o ambiente de trabalho ser precário. “Apesar dos Estúdios Globo (anteriormente denominado de Projac) estar localizado em uma área que fica próxima a uma unidade de preservação ambiental, obviamente que dentro dos estúdios não há a presença de qualquer um dos insetos/animais indicados pelos Reclamantes. Não é sequer crível que os reclamantes tenham se deparado com a quantidade de espécies indicadas na inicial, inexistindo qualquer prova das afirmações levianamente lançadas, uma vez que tais alegações não prosperam”, disse a defesa, que incluiu uma imagem do estúdio onde os profissionais teriam trabalhado.

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