Os jornalistas Alberto Gaspar, de São Paulo, e Ari Peixoto, do Rio de Janeiro, foram demitidos pela Globo nesta quinta-feira (7). Segundo informações divulgadas pelo site Notícias da TV, a demissão de Gaspar ocorreu às vésperas dele completar 64 anos, na próxima quarta (13). O profissional estava há 39 anos na empresa. Peixoto, de 65, estava na emissora há 34 anos.
A Globo está promovendo uma série de demissões para cortar custos. Os mais prejudicados estão sendo os funcionários mais antigos, que têm salários mais altos. Na última semana, foram demitidos o repórter especial Roberto Paiva e Fernando Saraiva, que trabalhou na empresa por 22 anos e foi correspondente em Londres. O produtor especial Robinson Cerântula, responsável por um dos maiores furos policiais do canal, também foi dispensado.
Ari Peixoto foi demitido pela Globo em uma conversa “cuja duração cabe nos dedos de uma mão”. “Fui ‘desligado’ (essa é a palavra) hoje da TV Globo. Cheguei para trabalhar e fui chamado à sala do diretor, que em minutos me informou da minha demissão”, disse o repórter ao Notícias da TV.
“Saio agradecido porque muito do que construí, tanto no campo pessoal quando no profissional, devo à Globo. São os novos tempos. […] Minha relação com a Globo acaba hoje. Um abraço aos que ficam, meu celular é o mesmo, até um dia”, se despediu Peixoto em carta divulgada aos colegas de emissora.
Leia o texto de despedida de Ari Peixoto, divulgado pelo site Notícias da TV:
“Como eu costumo dizer, em 1987 me casei duas vezes. Em abril, com a Globo, e cinco meses depois, com a minha mulher, Káthia. E pra quem acha que a comparação é esdrúxula, sem sentido, lembro que houve épocas em que eu ficava mais tempo na emissora do que em casa. Enfim, relações paralelas que sempre foram administráveis.”
“Mas hoje, uma delas, a mais antiga, chega ao fim. Me despeço da Globo saindo pela mesma porta por onde entrei há 34 anos, a da frente. Saio com a sensação de ter atingido o objetivo a que me propus desde o primeiro dia aqui, o de trabalhar, crescer profissionalmente. Desde o início, nos vivos do Bom Dia Rio, passando pelas reportagens de rede no JN, até a correspondência internacional (América Latina e Oriente Médio).”
“Me orgulho do que fiz, porque o fiz sempre da maneira que aprendi com meu pai: com honestidade. Tive uma história vitoriosa dentro desta empresa. E, acima de tudo, com amor. Afinal, como diz o ditado, ‘quem faz o que gosta não tem que trabalhar nem um dia…’. Pois foi assim comigo.”
“Saio agradecido porque muito do que construí, tanto no campo pessoal quando no profissional, devo à Globo. São os novos tempos. Enfim, como eu disse lá em cima, minha relação com a Globo acaba hoje. Um abraço aos que ficam, meu celular é o mesmo, até um dia.”