Em contagem regressiva para 2025, o Grupo Globo inaugurou um estúdio de Produção Virtual no Rio de Janeiro. O espaço é pioneiro no uso de tecnologia com painéis de LED, que operam em sincronia com iluminação, câmeras e projeções em realidade aumentada, dispensando o tradicional fundo verde.
O novo espaço entregará mais autonomia para a empresa, permitindo criação de histórias e a construção de ambientes que antes eram difíceis de acessar. A primeira produção a testar essa tecnologia foi a novela Volta por Cima, que conseguiu economizar tempo e reduzir custos ao não depender das condições climáticas. “Filmamos quinze páginas de roteiro em um dia. Economizamos duas diárias”, explicou André Câmara, diretor artístico da novela.
Com o estúdio, os diretores da Globo comemoraram um longa-metragem que se passa na Antártida, totalmente gravado com produção virtual. “Imagina levar oitenta pessoas para a Antártida. Não vamos viajar para lá, mas quando vocês assistirem ao filme, não saberão disso”, celebrou Bruno Safadi. A aplicação dessa tecnologia tem potencial para aumentar a produtividade e reduzir custos de produção em até 50%, permitindo que mais decisões sejam tomadas na fase de pré-produção, segundo Fernando Alonso, diretor de design.
Embora a tecnologia de produção virtual já seja empregada em programas como o Big Brother Brasil, a expectativa é que seu uso se concentre em dramaturgia, filmes e séries. A Globo realizou visitas a estúdios internacionais que utilizam tecnologia semelhante para trazer inovações ao Brasil. O investimento em tecnologia varia entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões apenas para processamento de imagens, e inclui o aluguel de painéis de LED. Além disso, a Globo já incorpora inteligência artificial em várias etapas de produção, como mixagem de som e correção de cor.
“Queria dizer uma coisa muito importante sobre nós aqui na Globo e essas ferramentas, tanto produção virtual, que é isso aqui, como inteligência artificial, que é esse mundo de ferramentas que nós usamos também. Nós enxergamos isso como ferramenta, a criação aqui é humana, a liderança do processo é humana, são profissionais que estão no controle do processo criativo de produção do começo ao fim”, concluiu Amauri Soares, diretor dos Estúdios Globo.