O Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurou um inquérito para investigar um possível ato de racismo religioso envolvendo a cantora Claudia Leitte. A investigação segue depois da artista alterar o nome de um orixá em uma música durante sua apresentação em Salvador. A informação é do g1.
O incidente ocorreu, durante o ensaio de verão no Candyall Guetho Square, em Salvador. Em vídeos que viralizaram, a cantora aparece cantando “Eu canto meu Rei Yeshua” ao invés de “Saudando a rainha Iemanjá”, como fez em apresentações anteriores. Até agora, Claudia Leitte não comentou sobre o caso.
O MP-BA foi acionado pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro). A Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa conduz a investigação, que avalia a responsabilidade civil e possíveis implicações criminais por racismo religioso.
Pedro Tourinho, secretário de Cultura e Turismo de Salvador, criticou a atitude de Claudia Leitte. Ele afirmou que “quando um artista se diz parte do movimento e ganha dinheiro com isso, mas escolhe reescrever a história, isso é racismo”. Ele destacou a importância de respeitar as tradições culturais e religiosas do axé music, gênero ligado às religiões de matriz africana.
Embora a polêmica seja recente, a cantora já havia feito essa alteração em fevereiro, durante a gravação de um DVD. Na época, Michelle Bolsonaro chegou a compartilhar a mudança, o que muitas pessoas viram como uma forma de crítica às religiões de matriz africana. O caso ganhou ainda mais repercussão quando Ivete Sangalo chegou a curtir a publicação de Tourinho, mas depois retirou a curtida.
