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Globo faz demissão em massa e transforma Telecine em puxadinho do Multishow

Canais, que eram sinônimo de conteúdo premium no auge da televisão por assinatura, deixam de ter equipe própria e passam a operar no "piloto automático"

Foto de Manuel Belmar, diretor da Globo
Manuel Belmar é o responsável pela reestruturação dos canais por assinatura da Globo (foto: Reprodução)

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A Globo está revisando a estrutura de suas emissoras na televisão por assinatura. Com a diminuição do número de assinantes das operadoras e a consequente desvalorização dos anúncios nos canais pagos, o conglomerado chegou a conclusão de que não há sentido em manter grandes estruturas para redes que tem um alcance cada vez menor. O primeiro alvo da empresa foi a rede Telecine. Os seis canais da bandeira, que está há mais de três décadas no ar, deixam de ser uma operação independente no organograma da companhia a partir desta segunda-feira, dia 17.

TV Pop apurou que a maior parte dos 30 funcionários que se dedicavam exclusivamente ao Telecine foram demitidos — basicamente nenhum cargo foi poupado, com os cortes passando por cargos de diretoria e chegando até mesmo em funções mais simples, como analistas de programação. Os seis canais seguem operando normalmente, ao menos em um primeiro momento, mas passam a operar utilizando a mesma estrutura do Multishow, responsável pelo maior número de colaboradores dentre as emissoras de entretenimento da Globo na televisão por assinatura.

Internamente, o comentário é de que haverá uma redução drástica no número de canais da rede conforme os contratos com as operadoras forem renovados. Diferentemente da Disney, que irá acabar com praticamente todos os seus canais no Brasil no final deste mês, a Globo continua acreditando no futuro da televisão por assinatura. Ela, no entanto, seguirá adaptando sua estrutura ao novo momento do mercado, concentrando seus investimentos no SporTV e no Viva, responsáveis pela maior fatia de audiência do Pay TV e que chegam a disputar ibope com TVs abertas.

Com o crescimento de mercado das plataformas de streaming, o Telecine virou um imenso elefante branco para a estrutura da Globo. Além da queda de público, os canais perderam relevância, deixando de servir como principal janela de lançamento das grandes produções cinematográficas depois do encerramento de seu período nos cinemas — a Sessão Superestreia, para conseguir continuar tendo estreias, passou a apelar para títulos praticamente desconhecidos. Há duas semanas, por exemplo, o grande lançamento da rede foi a animação A Menina e o Dragão.

No final do ano passado, o conglomerado já havia dado sinais de que promoveria uma reestruturação na empresa, adquirindo o controle total das operações dos canais, até então comandados em uma joint-venture com a MGM, NBCUniversal, Fox e Paramount. “Com a compra total do Telecine, referência em curadoria de cinema, a Globo reforça seu papel como produtor e exibidor de conteúdo premium e mantém sua posição de vanguarda em filmes no Brasil, oferecendo uma experiência cada vez mais digital”, disse Manuel Belmar, diretor de produtos digitais da Globo.

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