MAURO MENDES

Justiça manda Jovem Pan apagar fala preconceituosa de governador em programa

Juiz determinou a exclusão da entrevista após pedido do MPF, que investiga Mauro Mendes (União Brasil)

Mauro Mendes, governador do Mato Grosso, durante entrevista no programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan, usando terno azul e falando diante de um fundo digital azul
Mauro Mendes, governador do Mato Grosso, durante entrevista no programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan; Justiça mandou emissora apagar vídeo (foto: Reprodução)

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A Justiça Federal do Mato Grosso determinou que a Jovem Pan exclua de suas plataformas digitais declarações consideradas preconceituosas contra indígenas feitas pelo governador do estado, Mauro Mendes (União Brasil). A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), que move uma ação contra o político após queixa de lideranças indígenas. As informações são da Folha de S.Paulo.

O caso começou em janeiro de 2024, quando Mauro Mendes concedeu entrevista ao programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan. Durante a transmissão, ele afirmou que os habitantes da Terra Indígena Tadarimana, localizada em Rondonópolis, “inventaram um corredor espiritual” para impedir a realização de uma obra ferroviária no estado. A área é ocupada pelo povo Boe Bororo, que considerou a fala ofensiva e pediu a intervenção do MPF.

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Na ação, o MPF argumentou que a declaração desrespeitou o direito constitucional à crença, garantido pela legislação brasileira. Além da retirada da entrevista da Jovem Pan do ar, o órgão solicitou que Mauro Mendes seja obrigado a se retratar publicamente em uma cerimônia conduzida pelos próprios indígenas e que pague indenização por danos morais coletivos.

A decisão foi assinada pelo juiz Cesar Augusto Bearsi, da 3ª Vara Federal do Mato Grosso. No despacho, ele afirmou que a liberdade de expressão foi ultrapassada pelo governador. “Direito à crença não demanda para sua existência a concordância de outras pessoas e não cabe a ninguém dizer para os adeptos de uma crença que sua fé não é verdadeira”, escreveu o magistrado.

O meritíssimo considerou que a fala atingiu diretamente a comunidade indígena e feriu suas tradições e valores. Com a decisão da Justiça, a Jovem Pan tem 48 horas para apagar o vídeo de suas plataformas assim que for notificada. Em caso de descumprimento, a emissora pagará multa diária de R$ 10 mil. O vídeo ainda estava disponível no canal da Jovem Pan até a manhã de terça-feira (11).

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