Apresentadora do Globo Repórter, Glória Maria revelou que enfrentou desafios no início da sua carreira na emissora. A jornalista contou que tinha 16 anos quando uma amiga, que trabalhava na empresa como secretária, lhe ofereceu uma oportunidade de estágio no departamento de Jornalismo. No entanto, a vaga não tinha remuneração.
“Tenho uma amiga chamada Tânia. Nós éramos as mais pobres da escola [risos]. Somos amigas até hoje. Ela era secretária da tesouraria, e um dia ofereceram uma vaga pra ela no Jornalismo. Mas não tinha salário, era um estágio sem receber. Não tinha outra pessoa que não quisesse ganhar dinheiro”, disse a veterana em entrevista ao podcast Mano a Mano, de Mano Brown.
Em 1970, quando estreou na Globo, Glória tinha uma rotina puxada. De manhã, ia para a Globo; estudava à tarde; e na parte da noite trabalhava como telefonista. Ela ganhava o equivalente a R$ 500 mensais com o segundo emprego. “Eu era a Mulher Maravilha. Nunca tive tempo de curtir, de casar, de nada. Eu só trabalhei e era feliz assim. […] Enquanto eu estava trabalhando, esquecia todos os problemas da minha família, que eram muitos”, desabafou.
A ex-apresentadora do Fantástico criticou as novas gerações por “fazerem história” em tudo. Ela se afirmou cansada de de contar suas vitórias na carreira: “Eu não tive tempo de pensar que eu fui a primeira. […] Essa vaidade me cansa. Nunca fui de falar, sempre fui de fazer”. Na época em que começou na Globo como estagiária, não era necessário diploma de Jornalismo para exercer a profissão. Glória Maria atribuiu suas conquistas à dedicação e talento.
“Eu tive sorte de chegar em uma época que o talento valia alguma coisa. Sempre fui respeitada como ser humano. Tive a chance de crescer sem ter uma família rica, um marido poderoso… Vim do nada e estou aqui até hoje. A TV Globo nunca me fez favor nenhum. Eu não devo nada a ela [emissora]. O que a emissora investiu em mim, eu dou de volta: audiência e credibilidade”, finalizou.