O apresentador Gilberto Barros foi condenado por homofobia pela Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo e terá que pagar multa de R$ 32 mil. A ação em que o comunicador virou réu foi baseada em denúncia jornalista William de Lucca por causa de comentários homofóbicos em um vídeo de seu canal no YouTube. Durante a exibição do programa, o apresentador chegou a incitar violência contra a população LGBTQIA+.
“Você lembra a hora que eu acordava para trabalhar na Rádio Globo, quando cheguei a São Paulo, em 1984? Tinha que acordar às 2h30 e ainda presenciar, no lugar onde guardava o carro, beijo de língua de dois bigodes. Porque tinha uma boate gay lá na frente. Não tenho nada contra, mas eu também vomito. Sou gente, gente. Naquela época ainda, imagina chegando do interior. Hoje em dia, se quiser fazer na minha frente faz, apanha os dois, mas faz”, disse o jornalista na ocasião.
A punição foi baseada na Lei Estadual 10.948/2001 que prevê punição “a toda manifestação atentatória ou “discriminatória praticada contra cidadão homossexual, bissexual ou transgênero”. No processo, a defesa do ex-apresentador da RedeTV! argumentou que ele “convive com gays e que tem laços de amizade com pessoas das mais diversas orientações sexuais”.
No entanto, apesar da posição dos advogados de Gilberto Barros, a Comissão Especial de Discriminação em Razão de Orientação Sexual, que analisou as denúncias relacionadas ao assunto, rejeitou todos os argumentos da defesa. Segundo a comissão, as falas de Gilberto durante o programa na internet evidenciam natureza LGBTfóbica, extrapolando os limites de liberdade de expressão, além de estimular a violência física contra a população LGBTQIA+.
