De saída da Globo após a Copa do Mundo do Catar, Galvão Bueno definiu o encerramento do contrato com a emissora aberta como uma “primeira morte”. Na última segunda-feira (25), no programa Bem, Amigos!, do SporTV, o narrador relembrou uma frase do ex-comentarista de futebol Paulo Roberto Falcão, que dizia que que o jogador tem duas mortes: a primeira, quando encerra a carreira, e a segunda, quando de fato deixa a vida.
O assunto surgiu no momento em que Galvão Bueno conversava com o ex-jogador D’Alessandro, que se aposentou dos gramados ao deixar o Internacional. “Eu dizia: ‘é um pouco de exagero, Paulo, é assim pra todo mundo que faz aquilo que ama’”, disse o narrador, que discordava do pensamento. No entanto, o comunicador confessou que agora tem sentido esse momento que o ex-atleta afirmava.
“A partir do momento que eu decidi, junto com a Globo, que não haverá renovação de contrato ao final desse ano e que minha última transmissão, depois de 41 anos, será no dia 18 de dezembro, na final da Copa do Mundo, eu tô entendendo o que o Falcão falou sempre”, disse Galvão. “Vai ser uma primeira morte, espero que a outra demore um pouquinho –até porque estou virando uma página de um livro e não fechando o livro”, finalizou.
Galvão Bueno abre o jogo e fala de aposentadoria: “Impossível imaginar”
Recentemente, Galvão Bueno participou do Esporte Espetacular e comentou sobre a sua aposentadoria da Globo. No programa esportivo, o veterano falou sobre o que mais vai mais sentir falta quando deixar as transmissões da emissora após a Copa do Mundo do Qatar. O jornalista ainda falou sobre suas narrações marcantes em mundiais, e relembrou a do último título da Seleção Brasileira, em 2002.
“É impossível imaginar do que vou sentir falta, é tanta coisa. Por que é uma vida, são 48 anos olhando com a câmera, entrando na casa das pessoas. Para um narrador, de TV aberta, de seleção brasileira e de Copa do Mundo. Eu sinto falta dos amigos que se foram, sinto falta do Arnaldo do meu lado desde 2018”, declarou o narrador.
Galvão Bueno ainda relembrou um fato da Copa da Rússia, e revelou sentir falta de outras pessoas. “A final daquela Copa [Rússia] foi muito emocionante, o Casagrande com o discurso dele ‘limpo cheguei e limpo estou saindo’, o Arnaldo se despedindo. Sinto falta de trabalhar com Pelé, Zagallo, Gerson, Capita, sinto tanta falta de tanta coisa que é até sacanagem perguntar o que vou sentir mais falta”, contou.
Ainda durante a atração da Globo, Galvão relembrou momentos da Copa do Mundo de 2002, após ver um vídeo dos bastidores do título daquele ano. “Todos são meus amigos [jogadores que conquistaram o penta]. O Marcão [goleiro Marcos] foi direto após o jogo falar com a gente, com a perna sangrando. Estava com Parreira, Falcão, Arnaldo”, revelou o jornalista.
O narrador ainda lamenta o fato de jamais acontecer momentos como aqueles nos dias atuais. “De repente chega o Ronaldinho com o pagode, na maior felicidade, sem frescura, sem ninguém falando: ‘preciso perguntar pro meu assessor’. Era um mundo diferente, maravilhoso. Isso nunca mais vai acontecer. A mentalidade mudou, a cabeça mudou, as relações mudaram”, disse ele.