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LUTO NA ARTE

Ator Milton Gonçalves morre aos 88 anos no Rio de Janeiro

Imagem com foto do ator Milton Gonçalves
Milton Gonçalves morreu aos 88 anos no Rio de Janeiro (foto: Globo/Alex Carvalho)

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Morreu nesta segunda-feira (30), aos 88 anos, o ator Milton Gonçalves. Ele morreu em casa, no Rio de Janeiro, por volta de 12h30, por consequências de problemas de saúde que vinha enfrentando desde que teve um AVC, em 2020. Na época, o artista ficou 3 meses internado e precisou de ajuda de aparelhos para respirar. As informações foram publicadas pelo G1, o portal de notícias da Globo.

Natural de Monte Santo, Minas Gerais, o ator nasceu em 9 de dezembro de 1933. Filho de camponeses, mudou-se com a família ainda pequeno para São Paulo, onde foi aprendiz de sapateiro, de alfaiate e de gráfico. Fez teatro infantil e amador e estreou profissionalmente em 1957, no Arena, na peça Ratos e Homens, de John Steinbeck. Junto com Célia Biar e Milton Carneiro, formou o primeiro elenco de atores da Globo.

O artista chegou à Globo a convite do ator e diretor Otávio Graça Mello, de quem fora companheiro de set no filme Grande Sertão (1965), dos irmãos Geraldo e Renato Santos Pereira. “Não tinha inaugurado nada ainda. Os três estúdios e o auditório pareciam para mim os estúdios da Universal. O primeiro salário foi 500 cruzeiros. E eu fiquei feliz”, disse ele em depoimento ao projeto Memória Globo.

Com a direção de Graça Mello, Milton participou das primeiras experiências dramatúrgicas da emissora: o seriado Rua da Matriz (1965), de Lygia Nunes, Hélio Tys e Moysés Weltman; e a novela Rosinha do Sobrado (1965), de Moysés Weltman. No mesmo ano, atuou também em Padre Tião. Entre 1966 e 1969, trabalhou no humorístico TV0-TV1. Com texto e produção de Max Nunes e Haroldo Barbosa, e direção de Augusto César Vannucci, o TV0-TV1 parodiava outros programas, sendo considerado um dos precursores do TV Pirata (1988). Participou, ainda, da primeira versão do Balança Mas Não Cai (1968).

Na líder de audiência, Milton Gonçalves fez mais de 40 novelas, atuou em programas humorísticos e minisséries. Também dirigiu sucessos, como as primeiras versões de Irmãos Coragem (1970) e A Grande Família (1972), Escrava Isaura (1976), além de séries como Carga Pesada (1979) e Caso Verdade (1982-1986). O ator foi o primeiro brasileiro a apresentar um prêmio no Emmy internacional. Na cerimônia de 2006, esteve ao lado da atriz americana Susan Sarandon para anunciar o vencedor de Melhor Programa Infantojuvenil.

A última novela que Milton Gonçalves participou na Globo foi O Tempo Não Para (2018), quando interpretou o catador de materiais recicláveis Eliseu. Já o último trabalho na empresa foi na minissérie Se Eu Fechar os Olhos Agora, de 2019, que teve roteiro de Ricardo Linhares, inspirado na obra homônima de Edney Silvestre. Milton interpretou o menino Paulo na fase adulta. A mãe do personagem morreu ao dar à luz, e ele passou a viver com o pai, Joel (Paulo Rocha), e com o meio-irmão, Antônio (Eike Duarte), ambos de pele e olhos claros. Negro como sua mãe, o menino sofria agressões físicas e verbais por parte do pai. Ele foi um dos que tentou desvendar o misterioso crime trazido pela trama.

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