A Globo está se preparando para dar mais um passo ousado em sua expansão internacional. A emissora, que é uma das maiores produtoras de conteúdo original da América Latina, passou a reeditar parte de seu acervo de novelas para transformar os folhetins em séries, em moldes semelhantes ao praticado pelas grandes produções dos Estados Unidos. Avenida Brasil e Verdades Secretas, dois dos maiores fenômenos da dramaturgia da rede na década passada, foram os produtos escolhidos para marcar a nova operação da empresa.
Transmitida entre 26 de março e 19 de outubro de 2012, Avenida Brasil teve 179 capítulos em sua versão original. Para transformar o folhetim de João Emanuel Carneiro em um seriado, a emissora optou por cortar praticamente todos os núcleos paralelos e focou apenas nos protagonistas da trama. Com isso, a novela se tornou uma série com 40 episódios de uma hora, distribuídos entre três temporadas.
“Uma história dinâmica, realista e moderna, que revela como a ambição cega e a crueldade podem mudar o curso de uma vida. Esta é a dramática história de Rita, que luta para recuperar a vida que a terrível madrasta Carminha lhe tirou quando ela era criança. Ela terá que confrontar seu passado e decidir até onde está disposta a ir para se vingar das pessoas que mais a machucaram. Até onde você iria por vingança?”, questionou a Globo, no material enviado para emissoras e plataformas de streaming estrangeiras.
Verdades Secretas, por sua vez, teve os 64 capítulos transformados em um seriado de 12 episódios, também com uma hora de duração. “Uma adolescente que sonha com uma carreira de modelo passa a fazer parte de um esquema de prostituição e conhece um empresário poderosos e obsessivo. Como último recurso, ele se casa com a mãe da garota apenas para ficar perto dela. Verdades Secretas explora os limites da obsessão, da riqueza e do prazer, tendo o mundo da moda como cenário. Na vida, tudo tem um preço”, resumiu a emissora.
Até então, a Globo comercializava as novelas em formato idêntico ao transmitido no Brasil, fazendo apenas pequenos ajustes na edição e, em alguns casos, modificando o título dos folhetins. Este modelo de comercialização continuará sendo feito, mas com foco para os países que já tem tradição em consumo de telenovelas. Nos Estados Unidos e na Espanha, por exemplo, a emissora irá se dedicar na divulgação das tramas adaptadas para o formato de série.
Inicialmente, o plano da empresa é usar a versão reeditada dos conteúdos apenas no mercado internacional. No entanto, caso a nova empreitada tenha êxito, uma ala da Globo já defende que as novelas transformadas em séries também sirvam de atrativo para turbinar o catálogo do Globoplay, que sempre teve a dramaturgia da emissora como principal carro-chefe — o TV Pop apurou que executivos enxergam nas tramas, principalmente em Avenida Brasil, a possibilidade de reproduzir um fenômeno intercontinental, como foi com a espanhola La Casa de Papel.
