A Globo decidiu mudar seu protocolo de cobertura da rotina dos candidatos à Presidência da República. Preocupada com possíveis ataques violentos que seus funcionários possam sofrer, a emissora líder vai adotar uma nova estratégia nos bastidores dos trabalhos das campanhas das eleições de 2022. O objetivo é visar a segurança dos seus profissionais do Jornalismo. A informação foi publicada pelo colunista Gabriel Vaquer, do site Notícias da TV.
A decisão foi comunicada internamente pelo diretor de Jornalismo da Globo, Ali Kamel, para emissoras afiliadas. A cobertura do dia a dia da campanha para governadores será decidida caso a caso, dependendo do clima de polarização política de cada região. Uma das orientações é que candidatos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) sejam acompanhados por repórteres à paisana, sem identificação da emissora nos microfones. A medida já estava sendo adotada em convenções dos partidos no Norte e Nordeste.
Na cobertura nacional, a Globo vai apresentar a agenda diária dos candidatos com imagens de câmeras e vídeos da internet. Os repórteres só poderão gravar os textos do momento em que eles aparecem no vídeo em lugares neutros, longe da comitiva dos políticos. A empresa está preocupada com o clima de tensão provocado pela polarização das eleições de 2022. A partir do próximo dia 22, a emissora começará uma série de entrevistas no Jornal Nacional com os principais concorrentes para a vaga do Planalto.
Na semana passada, Bolsonaro acabou cedendo às exigências da Globo e aceitou ser entrevistado ao vivo no principal telejornal do país. O político será sabatinado por William Bonner e Renata Vasconcellos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder das pesquisas eleitorais, também aceitou participar da rodada de entrevistas. O calendário das sabatinas do Jornal Nacional com os candidatos à Presidência da República ficou assim: 22/8 (segunda-feira) – Jair Bolsonaro (PL); 23/8 (terça) – Ciro Gomes (PDT); 25/8 (quinta) – Luiz Inácio Lula da Silva (PT); e por fim, 26/8 (sexta) – Simone Tebet (MDB).
Procurada pela publicação, a Globo preferiu não revelar detalhes do seu protocolo de segurança para a cobertura das eleições de 2022. “Não comentamos medidas de segurança exatamente por questões de segurança. Mas garantimos que mesmo um cenário político tão polarizado não impedirá o trabalho legítimo da imprensa. A Globo fará, como sempre fez, uma cobertura das eleições com isenção e profissionalismo”, disse a emissora, em nota.