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A troca de CEO na CNN Brasil: a escolha de Renata Afonso e desafios

Renata Afonso não é a ex-apresentadora do SBT Rio, mas é a nova CEO da CNN Brasil (foto: Kelly Queiroz/CNN)
Renata Afonso não é a ex-apresentadora do SBT Rio, mas é a nova CEO da CNN Brasil (foto: Kelly Queiroz/CNN)

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Há uma semana, a CNN Brasil anunciou, por meio de comunicado à imprensa e no site, sua nova CEO: Renata Afonso. Desfeitas as confusões com Renata Affonso, ex-âncora do SBT Rio, finalmente chegava ao fim o suspense da definição do nome que substituiria Douglas Tavolaro. Tudo o que envolveu a saída do fundador do canal de notícias ocorreu de forma fora do comum. A demissão do ex-chefão da Record não era esperada — havia menos de um mês que ele comemorava os resultados do primeiro ano do canal no ar e fazia planos para 2021.

Renata Afonso também não era um dos nomes mais cotados. Américo Martins, vice-presidente de conteúdo, Leandro Cipoloni, vice-presidente de Jornalismo, ou qualquer outro dos executivos seriam nomes muito mais esperados por já estarem na operação.

Ela, de fato, é uma executiva de TV, mas totalmente fora do que se esperava para a CNN tanto como perfil executivo como editorial: ela tem 18 anos na TV TEM, afiliada da Globo no interior de São Paulo com expressividade tímida se comparada às grandes RBS TV, RPC ou às filiais da Globo ou aos seus colegas Américo, com 15 anos de experiência na BBC de Londres, ou Cipoloni, com 15 anos de Record.

A formalização de Renata Afonso no posto de CEO se deu por uma matéria sem foto. Em vez de apresentá-la ao mercado e ao telespectador, a CNN se limitou a enviar e a publicar uma foto de seu escritório na Paulista. Inclusive hoje, uma semana após o anúncio, o portal do canal não tem nenhuma foto de divulgação da nova CEO — que foi enviada para a imprensa só após dias de insistência, e justamente com o pretexto de desfazer a confusão com a ex-apresentadora do SBT no Rio de Janeiro.

Aparentemente mais low-profile que Tavolaro (Renata sequer atualizou seu Linkedin, enquanto ele adorava dar entrevistas e estampar capas de revistas, sozinho ou acompanhado de seu time), a nova chefe da CNN terá missões importantes pela frente. A grade do horário nobre é uma delas: antes desenhada prevendo um especial por noite, ainda resta a ratificação da proposta.

A nova atração de Phelipe Siani também está, ou deveria estar, no radar: tirado da Globo com sua noiva Mari Palma para comandar o Live CNN, Siani passou quase o mesmo tempo afastado do que no ar – nos últimos 13 meses, foram dois de afastamento e quase quatro se dedicando ao próximo projeto. Um projeto de streaming também está no forno há meses — ideia pouco amadurecida por Tavolaro, que sempre priorizou a TV e relegou o site a um ostracismo nada condizente com uma era em que todos os concorrentes buscam alavancar seus conteúdos on demand.

Internamente, a chegada de Renata Afonso pode assustar: praticamente toda a diretoria da CNN, escolhida a dedo por Tavolaro, é formada por profissionais vindos da Record. Cargos de gestão, desde chefes de redação até vice-presidente, vieram da rede de Edir Macedo. Aos que firmaram contratos de longo prazo, a ameaça pode se limitar à perda de espaço e autonomia. Mas aos que não puderam negociar bases mais sólidas, é natural que haja o temor.

É fato que a CNN Brasil perdeu o seu principal rosto para o mercado e para os bastidores. Ainda que a maior parte da operação fosse de Rubens Menin, Tavolaro era o primeiro nome que vinha à mente e parecia ser alguém imexível ainda que tudo pudesse acontecer a curto, médio ou a longo prazo.

Com ele, também se foi o vigor e o sangue nos olhos pelas negociações ousadas, contratações inesperadas, busca por patrocínios e parcerias e sede pelo crescimento. Mas esse é um risco que qualquer empresa corre. Renata terá desafios importantes pela frente e a oportunidade de mostrar a que veio e que a sua diferença para Tavolaro se limita ao perfil, algo que também é extremamente corriqueiro e aceito em qualquer outro segmento de mercado.

João Gabriel Batista é publicitário, com pós-graduação em Marketing and Sales na Escola de Negócios Saint Paul e MBA em Gestão Empresarial pela FGV. Tem 29 anos e atua com marketing há 11, com passagens por veículos de comunicação, como emissora de TV, rádio e jornal, e multinacionais do segmento de telecom. É analista de mercado e negócios no TV Pop. Converse com ele por e-mail em [email protected]. Leia aqui o histórico do colunista no site e conheça o seu perfil no Linkedin.

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