Ângelo Antônio, Alcides da primeira versão de Pantanal, falou sobre como foi atuar na novela e pontuou uma de suas cenas favoritas. O ator relatou que a castração de Alcides foi uma sequência de diversas sobreposições de câmeras e posições bem ensaiadas.
“Foi momento bacana, porque era a remissão de todo sofrimento dele. Era como um prêmio mesmo. Tenho sensação de ter sido tão forte quanto ser castrado, um troco com sabor de vingança. Lembro de correr com a zangaia e tinha que acertar um alvo em um boneco mesmo. Com um suporte, ele vinha correndo e eu enfiava a lança, atravessando”, brincou o artista.
Ângelo Antônio relembrou a amizade de Alcides e Zaquieu. Para o ator, Alcides superou barreiras com a relação. “Eles se tornarem amigos e o Zaquieu salvar ele na morte do Tenório é muito emblemático. Foram juntos até o final. Isso tudo fez o Alcides crescer e ser uma pessoa melhor”, declarou.
Recentemente, o ator Antônio Petrin, que interpretou Tenório na primeira versão da novela Pantanal, relatou que ainda guarda na memória a tensão dos bastidores antes da gravação de uma das cenas mais polêmicas do folhetim de Benedito Ruy Barbosa: a castração do peão Alcides, que foi interpretado por Angelo Antonio na TV Manchete. O vilão tomou a atitude de extrema violência depois que descobriu que Maria Bruaca (Ângela Leal) tinha um caso com o trabalhador rural.
“Saímos muito cedo da fazenda onde estávamos para andar um espaço grande até o local em que a cena seria gravada. Lembro que eu e Ângelo Antônio caminhávamos lado a lado e nem nos olhávamos, era um silêncio aterrador. Sabíamos da dificuldade que seria gravar aquela cena, carregada de emoção”, conta o artista de 83 anos em entrevista ao jornal Extra.