Viola Davis, atriz vencedora de prêmios importantes da atuação, como Oscar, Emmy e Tony, esteve no Brasil na última semana para divulgar seu novo filme, A Mulher Rei, em que ela atuou como produtora, diretora e protagonista. Em entrevista ao Conversa com Bial, da Globo, a artista falou sobre sua carreira e relembrou uma situação em que foi vítima de racismo na juventude por parte de uma brasileira. “Ela disse que não gostava de negros, que não confiava neles”, disse a estrela.
“Demorei muito para me lembrar dessa história, acho que parte de mim fica feliz, por não ter deixado que isso me definisse. Foi meu primeiro apartamento depois que saí da faculdade, era lindo, eu dividia com uma amiga, e a proprietária, que era brasileira, ficou furiosa quando descobriu que eu morava lá. Ela disse que não gostava de negros, que não confiava neles. E, sempre que me via esperando o ônibus […] ela supunha que eu era uma prostituta”, desabafou.
A artista também comentou sobre o processo de produção para e a luta que teve para conseguir lançar A Mulher Rei, que em cartaz nos cinemas brasileiros. “Tive que lutar por esse filme, lutar pelos atores, lutar pelo diretor, lutar até mesmo pela noção de que esta história merecia se tornar um filme”, contou a atriz, que ainda ressaltou que mulheres negras e especialmente mulheres negras de pele escura podem ser protagonistas de sucesso em longametragens.
“Que as pessoas entendam que mulheres negras e especialmente mulheres negras de pele escura podem ser protagonistas de sucessos mundiais. Elas não necessitam de um homem branco, nem de uma mulher branca na narrativa. Elas não precisam estar ao lado fazendo o papel de melhor amiga. Nossas histórias podem se concretizar e serem sucessos comerciais”, afirmou Viola Davis.
