Amanda Gomes viralizou nas redes sociais ao fazer vídeos sobre notícias relevantes dos jornais, mas de maneira descontraída. A jornalista explicou casos relevantes do cotidiano como a morte do menino Henry Borel e o caso Laura Orlandi. Com os vídeos, a ex-repórter da Record já conquistou mais de 30 mil seguidores no TikTok e possui mais de um milhão de visualizações. “Tudo isso, fazendo Jornalismo. Tem gente que diz que os jovens não gostam de se informar. Será? Basta falar a língua deles e estar onde eles estão”, contou ela.
“Tenho produzido vídeos falando sobre os assuntos que estão em pauta nos principais noticiários do país. E, pasmem, chegamos a casa dos milhões. Junto com isso, tenho recebido comentários [alguns com mais de 13 mil curtidas] agradecendo a produção de conteúdo e avaliando meu trabalho. Alegria que não cabe no peito. Enquanto existir informação, farei jornalismo”, afirmou a jornalista.
O TV Pop perguntou como foi criar conteúdo de maneira tão atípica. “Eu sempre quis fazer jornalismo em todos os canais de comunicações disponíveis. Enxerguei no TikTok uma possibilidade e um lugar onde os jovens estão o tempo todo conectados. Pensei: ‘porque não trazer informação para cá?’. E fui surpreendida com as respostas e os números alcançados. Acredito que os mais jovens querem estar informados com uma linguagem própria e no lugar onde eles estão. Acho que essa facilidade de estar rolando a barra do aplicativo e ficar bem informado lá mesmo, pode ter agradado”, contou a ex-colaboradora da Record.
A jornalista prefere dar destaque em grandes crimes para comentar na plataforma. “Meu conteúdo principal são os crimes. Eu, geralmente, opto pelas notícias factuais, ou seja, que estão acontecendo hoje, mas também gosto de relembrar crimes que ficaram marcados na história. Como o do Caso Goleiro Bruno, que relembrei em um dos vídeos”, revelou Amanda Gomes.
Questionamos sobre os veículos de comunicação, como a Record, precisarem sair da zona de conforto e criar conteúdo de maneira diferente. A jornalista disse acreditar que falta oportunidade para ouvir os jovens. “Eu acredito que muitos já estão se ligando nessa necessidade e tentando fazer isso, mas acho que falta oportunidade de ouvir e dar espaços a nós jovens. Ouvir o que sabemos estando nesse novo ambiente e qual a nossa visão sobre essas novas possibilidades, sabe?”, explicou.
“Acredito que aos poucos todos estão tentando se adequar. Inclusive, recebi muito incentivo dos colegas jornalistas. Alguns até me procuraram pra pedir dicas. Me surpreendi com uma mensagem de um grande diretor de TV aqui do Rio. Foi bacana, porque ele elogiou os números e me aconselhou a continuar, afirmando que, ‘esse não é mais um caminho alternativo, mas sim um caminho principal para os jornalistas’”, disse.
Amanda deseja encontrar seu espaço como jornalista e não necessariamente ter uma empresa para isso. “Acredito que a seleção dos assuntos, das pautas me ajudaram a alcançar números tão altos. Além disso, o pessoal têm elogiado a minha forma de explicar os casos, acho que a construção do texto e a forma de falar me ajudaram a alcançar e fidelizar os seguidores. O que eu espero mesmo, com isso tudo, é conquistar o meu público e a minha credibilidade enquanto jornalista. Assim, eu posso exercer minha profissão sem, necessariamente, depender de uma empresa de comunicação conceituada”, concluiu.