Crítica ácida à manipulação política e comercial da fé popular, na novela Roque Santeiro a fictícia cidade de Asa Branca surge como um retrato reduzido do Brasil. A trama acompanha a história dos habitantes locais, que cultuam os supostos milagres de Roque Santeiro (José Wilker), um jovem coroinha e artesão de imagens religiosas que teria morrido como mártir ao enfrentar o temido bandido Navalhada (Oswaldo Loureiro).
Dezessete anos depois, no entanto, o “santo” retorna inesperadamente à cidade, abalando o poder de figuras locais que exploram sua imagem para manter influência e riqueza. Entre os mais ameaçados pela volta de Roque estão o rígido padre Hipólito (Paulo Gracindo), o prefeito Florindo Abelha (Ary Fontoura), o comerciante Zé das Medalhas (Armando Bógus) –que se beneficia do mito do santo– e o influente fazendeiro Sinhozinho Malta (Lima Duarte), amante de Porcina (Regina Duarte), a suposta viúva do santo.
Incentivada por Sinhozinho, Porcina espalhou a falsa história de que fora casada com Roque e acabou por se tornar uma figura emblemática em Asa Branca. Quando finalmente conhece o verdadeiro Roque, ela se apaixona, formando o triângulo amoroso central da trama com ele e Sinhozinho. A partir desse reencontro, a novela se desenrola explorando as tensões e hipocrisias dos personagens, que representam diferentes facetas da sociedade brasileira.
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